Os escandinavos foram o grande destaque da primeira edição do Índice de Gênero dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, produzido pelo Equal Measures 2030, iniciativa da sociedade civil encabeçada pelo setor privado. Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega ocuparam, nessa ordem, as quatro primeiras posições no levantamento, que avaliou 129 países.
Para elaborar o ranking, os pesquisadores analisaram 51 indicadores vinculados a 14 das 17 metas da Agenda 2030 das Nações Unidas, como pobreza, nutrição, saúde, educação, saneamento e clima. Essas metas foram estabelecidas em 2015, com um horizonte de 2030. Assim, o ranking mede a igualdade de gênero ao avaliar itens como educação, saúde e desigualdade e clima – ou como as mulheres devem ser mais incorporadas à discussão e às decisões relativas a meio ambiente.
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Em uma escala de 0 a 100, a Dinamarca atingiu 89,3 pontos. Finlândia, Suécia e Noruega marcaram 88,8, 88 e 87,7, respectivamente, todas pontuações classificadas como "boas" na escala do estudo. (A Islândia, que costuma aparecer com destaque em comparativos internacionais de igualdade de gênero, não fez parte desse levantamento.) Os 129 países analisados abrigam 95% da população mundial de mulheres e meninas.
A má notícia trazida pela pesquisa é que nenhuma nação, nem mesmo as escandinavas, atingiu um nível excelente (de 90 pontos ou mais) no comparativo, nota considerada ideal para que os países alcancem as metas de igualdade até 2030. A média global foi de apenas 65,7 pontos. O Brasil, com pontuação de 62,8, ficou na 77ª colocação, na faixa considerada "ruim" – apenas uma acima da faixa mais baixa, a "muito ruim".
"Faltando apenas 11 anos, nosso índice descobre que nenhum dos 129 países está transformando totalmente suas leis, políticas ou decisões do orçamento público na escala necessária para alcançar a igualdade de gênero até 2030", disse, em comunicado, Alison Holder, diretora da Equal Measures 2030.
Um relatório, que foi divulgado junto com o índice, também descobriu que 2,8 bilhões de mulheres e meninas estão vivendo em países que não conseguem fazer o suficiente para ajudar suas vidas. "Este relatório deve servir como um alerta para o mundo. Nós não vamos atingir as Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU com 40% das meninas e mulheres vivendo em países que estão falhando na busca pela igualdade de gênero", disse também em comunicado, Melinda Gates, copresidente da Bill & Melinda Gates Foundation.